No baú de desejos de praticamente todas as pessoas existe uma passagem aérea para algum lugar de sonho.
Quando a viagem finalmente se concretiza, não é raro ocorrer uma certa decepção, principalmente devido aos recorrentes contratempos com vôos, reservas, ou mesmo a falta de receptividade das pessoas da cidade visitada.
Uma viagem é essencialmente o confronto da percepção pessoal, composta por nossa própria história de vida somada à idealização do que se espera e comparada com a realidade do local.
Gostar ou não gostar, portanto, é conclusão individual, ligada aos sentidos de cada um, à alegria ou felicidade que nos permitimos durante um passeio.
Gostar ou não gostar, portanto, é conclusão individual, ligada aos sentidos de cada um, à alegria ou felicidade que nos permitimos durante um passeio.
Outro aspecto interessante é o fator surpresa, quando o viajante se depara com uma situação totalmente inusitada, como ocorreu comigo em recente viagem a Nova York.
A semelhança com São Paulo foi a primeira impressão que tive nas proximidades do aeroporto JFK, mas que logo se dissipou ao chegar em Manhattan.
Uma recorrente indagação pontuava meu pensamento. O que teria essa cidade de tão especial, de tão único, para ser aclamada em tantos filmes ou músicas e porque pessoas do mundo todo escolhem esse local para enraizar-se?
Não poderia ser somente a beleza das construções, a organização, a facilidade de locomoção, a segurança nas ruas, os inúmeros museus, teatros, restaurantes, comércio, que são itens importantes, mas não determinantes. Procurava um motivo, um aspecto mais humano, mais sentimental, com a capacidade de despertar uma paixão pela cidade.
Não foi difícil encontrar a resposta. Manhattan é essencialmente uma grande festa das nações, onde todos são bem recebidos. As pessoas têm um ar leve, feliz, todos se cumprimentam alegremente, fala-se com todo mundo na rua, a todo o momento.
Procurei sair do circuito turístico, desconfiada que essa impressão pudesse se dissipar nos locais tipicamente novaiorquinos, onde as pessoas vivem e trabalham. Não foi assim, a simpatia estava por toda a parte.
Deixei-me contagiar pela alegria e ri muito com famílias de suíços, falei de futebol com nepalences, estreitei laços de amizade com alemães, conversei com indianos, russos, chineses, italianos, espanhóis, africanos e, é claro, americanos.
Essa aura de contentamento da cidade me surpreendeu, assim como a inexistência de xenofobia ou algum tipo de preconceito. Cosmopolita no mais alto grau e generosa ao abraçar toda a gama de diversidades.
Em Nova York somos representantes de nosso país de origem, porém, com o condão de suavizar as diferenças das fronteiras até que fiquem tênues para que possamos nos perceber como iguais, como seres humanos, incrivelmente semelhantes nas aspirações e nos sonhos.
Como gostar ou não gostar é uma percepção pessoal, não vou recomendar a viagem, mas... se querem mesmo saber - eu adorei!
Eliana Ruiz Jimenez - Balneário Camboriú/SC
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