TEMPO QUE RESTA
O tempo é o canibal das
horas.
Numa engolida se vão os
dias,
as semanas vão virando
refeição
e nos meses mastigados
revezam-se as estações
todas misturadas.
As prateleiras se enchem de
panetones
e o leão morde meu ganha-pão
seguidamente.
Vou sendo devorada
sem ritual, sem festa
e a cada respirada
expiro minha existência
modesta.
A vida é tempo que escoa,
tempo que voa,
tempo que resta.
Eliana
Ruiz Jimenez
3. Lugar no concurso
Novas Vozes da Poesia - BC - 2016
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